Uma história com mais de 150 Anos

1850

O Início

A história que conhecemos começa em meados do século XIX, com o Tio Zé Videira, um abastado negociante de lã de ovelha residente em Santa Ovaia de Cima, Tondela. O tio Zé Videira era casado com a D. Felicidade, que o povo dizia ser santa. O casal possuía, entre as suas numerosas propriedades agrícolas e florestais, grande parte das quintas que são hoje nossas. E, claro, produzia-se vinho numa adega em casa para consumo próprio, como era costume nessa altura. Como não tiveram filhos, em finais do do século XIX perfilharam um jovem sobrinho, o nosso avô Manuel Rodrigues Cardoso Videira, nascido em 1880.

1880-1920

A Casa da Lã

O edifício onde está instalada a nossa adega foi construído em finais do século XIX ainda pelo Tio Zé Videira, que nele instalou o seu armazém de lã – e daí ser conhecido na família como “a casa da lã.” Mais tarde, o nosso avô instalou uma adega no piso inferior, com tanques de granito, como também era habitual na época.

1920-1960

A Casa Videira

 

O avô Videira casou-se em 1920 com a nossa avó Alzira, bastante mais nova do que ele. O período entre 1920 e 1960 foi caracterizado pela expansão da Casa Videira (como era conhecida), não só em termos  familiares (o casal teve quatro filhos) mas também graças ao espírito empreendedor do nosso avô, que aumentou em muito a atividade  de transformação da lã de ovelha, dando-lhe uma dimensão industrial – de início com construção da Fábrica de Lanifícios do Portodinho e, a partir dos anos 1940, com a aquisição da Fábrica de Lanifícios de Parada de Gonta, mais moderna e já com alguma dimensão.

Paralelamente, o avô Videira foi, ao longo da sua vida, plantando mais vinhas, e produzindo vinho não só para consumo da casa mas também para comercialização a granel. A pequena adega caseira foi desativada, passando primeiro para um edifício ao lado, e finalmente para a nova adega da Casa da Lã na década de 1940. Muitas das nossas vinhas têm videiras ainda plantadas nesta época de 1920 a 1960.

1960-1994

A 3ª Geração

Com a morte do avô Videira nos inìcios dos anos 1960, e do seu filho Manuel, e com os problems de saúde da avó Alzira, as propriedades foram divididas pelas três filhas em meados de 1970. A filha do meio, Aurora, a nossa mãe, já estava casada e com filhos – nós as duas e mais três! Durante os anos 1980, o nosso pai Armando Lopes, advogado de profissão, continuou a expandir a área de vinha nas propriedades herdadas, introduziu a mecanização de algumas tarefas, realizou melhoramentos na adega, como é o caso da construção de cubas de cimento (à época muito apreciadas), e tinha planos para comercializar vinho engarrafado. A sua morte inesperada em 1994 interrompeu esses planos.

1994-2018

A Matriarca

 

Após a morte do nosso pai, a nossa mãe, já com alguma idade na altura, tomou as rédeas das propriedades de Santa Ovaia de Cima, a sua terra natal, e manteve, durante mais de duas décadas, o modelo estabelecido pelo nosso pai nos anos 1980 – fazer algum vinho para consumo próprio e para venda a granel, mas vender a maior parte das uvas a um dos grandes produtores de vinhos da zona.

2018-agora

4ª Geração

É a nossa vez! Estamos conscientes de que estas vinhas existem muito para além de nós e que somos apenas as suas guardiãs do momento. Que durem outros 100 anos, de forma sustentável e equilibrada, é este o nosso desejo! Quanto aos vinhos, retomámos o projeto do nosso pai, atualizámo-lo, e, com a vontade de fazer vinhos do Dão de grande qualidade, assumimos o risco e aqui estamos!